Poema Orgulho Crespo
1.12.20Orgulho Crespo
Vim aqui para falar Viver no mundo fechado Queria muito fazer
Desse tal de preconceito De chapinha e secador As pessoas entenderem
É uma coisa muito triste Prefiro a liberdade Meu cabelo é muito lindo
Que me doe até no peito. De mostra o que sou. Tenho muito orgulho dele.
Certo dia alguém falou Eu digo para todo mundo Minha mãe sempre me disse
Meu cabelo é muito Crespo Ela não sabe de nada Filha você é tão bela
Ele tem os fios grossos Meu cabelo é meu orgulho Seu cabelo te destaca
Nem balança com o vento. Mim sinto lisonjeada. No meio de todas elas.
Eu fique meio assustada Ela não sabe de nada É preciso entender
Me perguntado também Não sabe o que é cultura Que cultura é importante
Que balaço era aquele Eu digo sempre para ela Ela Traz sabedoria
Que o dela faz tão bem. Vá fazer uma leitura. E nós faz crescer bastante
Eu fiquei observando No dia que ela souber Se você também já foi
Por vários dias seguidos O que isso significa vitima de um preconceito
Descobri o seu segredo Nós vamos andarmos juntas Não fique calada não
E agora também digo. E até sermos amigas. Vá busca os seus direito.
Ai eu disse pra ela Eu não vou me intimidar Preconceito é muito triste
Seu cabelo é alisado Diante do preconceito Seja de que tipo for
Só balança com o vento Tudo isso é bobagem Só conhece o malvado
Porque tá sendo forçado. De quem tem muito defeito. Quem um dia já passou.
Orgulho Crespo é um poema escrito por Maria Jacilene Ferreira, 40 anos, assistente social. Nele, a assistente social, expressa um pouco sobre o que é ser uma mulher negra que carrega raízes suspensas na cabeça, e precisa ouvir e combater o racismo diário. Jacilene é mãe de Luma, mulher negra trancista, que vê em seu trabalho uma forma de resistência cultural.
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